28 de jan. de 2010

cheiros – salvador puig

"Casa, o cheiro de casa
há muito tempo se foi
e foi ao que busca
entre as sombras a sombra
de seu corpo, o pão caseiro.

O cheiro d’água, da água
que habita num lugar
onde as sombras andam
por dentro de todas as sombras.

Com cheiros somente deveria ser possível
fazer-se o sol, e a seguir a lua,
as estrelas, uma mão e,
se houvesse tempo, uma casa de
verdade, um pão caseiro."


PUIG, Salvador. "Olores", in Escritorio. Montevidéu: Linardi y Risso, 2006. Tradução minha.


Olores

"Casa, el olor a casa,
a tiempo que se fue de la mano,
a la mano que busca
entre las sombras la sombra
de su cuerpo, el pan casero.

Olor a agua, al agua
que habita en un lugar
donde las sombras andan
por adentro de todas las sombras.

Con sólo olor debiera ser posible
hacer el sol, luego la luna,
las estrellas, una mano y
si el tiempo alcanza, una casa
visible, un pan casero."

2 comentários:

vitrola disse...

obaaaaaaaaaaaa
ispénixi!

belo peoma, migs!

renata penzani disse...

ah, adoro encontrar essas coisas raras entre tantos blogs sem sal e sem encanto. muito bom! me identifiquei muito com o post anterior...

um beijo!